quarta-feira, fevereiro 22, 2006

"PLASMA ou LCD?"

Foi essa pergunta à altura dos grandes dilemas da humanidade que a revista 'Veja' estampou essa semana sua capa. Seria absolutamente normal, se se tratasse de uma revista de tecnologia ou se pelo menos, sendo uma revista de variedades que é, tivesse publicado um histórico de reportagens do tipo (excetuando os especiais de fim de ano, pagos pelos seus anunciantes). Mas não é o caso.

Não sei o nome exatamente, mas existe uma doença psíquica que consiste numa fuga da realidade do indivíduo, na qual este impossibilitado de encarar a realidade, cria fantasias para que consiga suportá-la. A realidade dura para os jornalistas é a súbida de Lula nas pesquisas. Tão dura para eles, que estes fecham os olhos, tapam os ouvidos e repetem consigo mesmo, num soar repetitivo: " Plasma ou LCD?", plasma ou LCD?, "plasma ou LCD?"; Estou sendo equivocado em minha análise? então vejamos:


1) De maio de 2005 até janeiro deste ano, a tônica das capas de Veja capas foi o tema da corrupção no PT. A figura de Lula ganhou destaque nessa relação: Tem conserto?", 22"/06 (Desenho de Lula em pedra rachada). Ele sabia?"13/07; "Lulla", 10/8 (referência aos dois 'eles' do Collor); "Será que Lula escapa do impeachment?" 17/08.

2) O fim do partido PT também foi anunciado em primeira mão por Veja: "Era vidro e se quebrou"(referência a estrela do PT"), 21/09; "Os dólares de Cuba para o PT", 02/11; 28/12 "retrospectiva (capa de uma estrela vermelha quebrada caindo)

3) Fevereiro de 2006. Lula sobe nas pesquisas ibope e datafolha. 'Veja' coloca como capa "A Verdade sobre dieta e saúde". E por fim na última semana, sinalizando para um agravamento da doença "Plasma ou LCD? Como decidir."


É curioso esse quadro em um veículo que tem por profissão relatar a realidade. Não sei qual remédio seria indicado para esse caso. Um psiquiatra ou psicólogo certamente saberá melhor do que eu. O que sei é que esse quadro ja foi visto no Brasil, e os métodos corretivos usados na época não foram nada convencionais. Em vez de remediarem a cabeça o que remediaram foi a realidade. A pílula usada foi tanques de guerra que invadiram o palácio do Presidente. Isso foi mais ou menos há quarenta anos.

Um comentário:

hkclebicar disse...

Muito bem feita a sua observação e análise da publicação da Revista Veja desta semana, pois em termos de tecnologia, uma e outra não se pode comparar, a não ser para quem não entende nada. Como você mesmo disse, a revista Veja não é uma revista de tecnologia, por isso ainda pecou no título. As duas tecnologias não são concorrentes uma da outra, uma é para ambientes claros pois tem um alto contraste (a plasma) e a outra tem a alta definição de imagens como vantagem e se dedica para ambientes escuros.
Passando agora para o ambiente político, como nós já notamos, os modelos econômicos dos dois maiores canditados para o Planalto tem seus programas econômicos mais afinados um do outro, ao contrário das duas tecnologias, que nunca serão concorrentes entre si.

Os leitores e eleitores só recebem da Veja um monte de informações que apenas desinformam.